Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Fatinha de Oliveira Ramos
"Prova Final
Hoje foi o meu exame da quarta.
Não foi na minha escola, mas numa da sede do concelho, ao lado da Casa da Criança onde está uma estátua dum rapazinho a tocar uma trombeta longa.
De manhã, uma prova escrita parecida com as que estava habituada a fazer e, de tarde, a oral. Não achei nada difícil, pois correu-me muito bem. Não dei erros no ditado e acertei todos os problemas. Fiquei aprovada, claro, nem outra coisa estava à espera, depois de tanto esforço despendido! Fiquei a saber que um dos professores é amigo de um dos meus irmãos, pois quando ele viu o meu nome perguntou-me se eu seria a sua irmãzita. E conheci uma menina, a Joana, que me disse que ia estudar para o Ciclo e me perguntou se eu também iria. Respondi que não sabia, que o meu pai é que mandava. Então ela insistiu com o meu pai e ele disse que ia pensar no assunto. Estou com esperança de que ele me deixe ir, uma vez que já lá teria uma amiga.
(...)"
Dizem que voltamos sempre aos lugares onde fomos felizes.
Lugares não só físicos, mas lugares cativos no coração e na memória: pessoas, aspirações, marcas… mas também fantasmas.
Memória Alada é um voo até aos 'lugares' felizes da infância, ao mesmo tempo que é um 'matar' de fantasmas... e também Um Grito. Porque senti uma necessidade imperiosa de soltar esse grito, em voo, qual ave - a quem cresceram as penas - solta da gaiola. Então, eis-me a voltar à infância, o lugar mais que perfeito, e a escrever este livro. É que, por vezes, chegamos a um tempo em que já não conseguimos conter mais o que nos quer extravasar do peito.
E o grito tem que se soltar.
Ei-lo: